Os consumidores esperam que a carne plant based seja tão parecida e natural quanto a carne real, mas nós sabemos que elas não são. No entanto, estamos em busca desse objetivo, e a cor pode ser a sua aliada na busca pela satisfação do consumidor, e é sobre isso que viemos falar no conteúdo de hoje.
Para nos ajudar nessas informações, tivemos a oportunidade de conversar com o Paulo Rogério da Silva, gerente regional de aplicações da Divisão de Corantes Naturais da Oterra.
Confira esta leitura que preparamos para você!
A cor é sinônimo de qualidade na indústria alimentícia
Afinal, como a cor pode ajudá-lo a tornar o seu produto mais apetitoso, mais atraente para o consumidor, falando especialmente nessa pessoa que está substituindo as proteínas de origem animal por proteínas de origem vegetal?
A resposta está logo aqui! Falando sobre a influência da cor no universo plant based, sabemos que a cor tem um peso muito forte na escolha do consumidor no momento de fazer a compra.
Ela tem uma relação intrínseca muito forte com a percepção de qualidade de um produto alimentício, contribuindo tanto para o momento de compra quanto de recompra. E quando estamos falando da carne análoga isso não é diferente.
Essa é uma categoria que demanda muita experimentação por parte da pessoa que consome ou almeja consumir um produto à base de plantas e, em linhas gerais, a carne análoga pode ser uma novidade para muitas delas.
Nesse sentido, quando os potenciais consumidores estão nessa fase de experimentação, se você tiver um produto com aspecto mais parecido com o da carne, certamente ele sairá à frente nas prateleiras.
Segundo o especialista, acredita-se que os players que surpreenderem o mercado trazendo a parte sensorial mais próxima do real vão ser os que mais vão ter sucesso no mercado.
Para alcançar essa meta tão decisiva, a indústria alimentícia vem investindo cada vez mais em inovações que atendam esse público exigente. E ele está em busca de cor, sabor e textura o mais parecidos possível com a carne de origem animal.
Ele almeja, quando consome uma carne vegetal, um substituto para aquela de origem animal. Ou seja, se ele vai provar um hambúrguer para churrasco, ele quer ter a mesma sensação de como estivesse provando um produto convencional.
No entanto, os dois ainda são muito diferentes e o nosso desafio é conseguir trazer para o universo plant based cada vez mais essa similaridade. É isso que o consumidor quer encontrar!
Vamos falar sobre os corantes naturais?
Quando falamos sobre o universo das carnes vegetais, os corantes naturais são vistos como essenciais. Um hambúrguer plant based, por exemplo, quando recebe esse tipo de corante se torna aparentemente muito mais próximo do produto de origem animal.
No entanto, o consumidor não quer encontrar nessa carne plant based um corante artificial e, se este estiver no rótulo, certamente ele será a última opção de compra nas geladeiras do supermercado.
Então, faz todo sentido que você use na carne plant based produtos com ingredientes naturais.
Quais são as fontes e de onde se extrai esses corantes naturais?
Para a produção da carne análoga, precisaremos de corantes com os tons vermelho, amarelo, laranja e marrom e, geralmente, usamos uma mistura dos três para chegar na tonalidade esperada.
E encontramos essas cores, principalmente, na cúrcuma, cártamos, cenoura, urucum, páprica, beterraba, rabanete, batata doce, cenoura preta, extrato de malte e no açúcar caramelizado.
Por meio da composição desses itens chegamos à cor ideal, utilizando somente ingredientes naturais, do jeito que o consumidor espera.
No entanto, que está há um pouco mais de tempo na indústria plant based já escutou que as antocianinas, em geral, são utilizadas em aplicações mais ácidas. Mas, quando você começa a caminhar para um PH mais neutro, a antocianina vai mudar a tonalidade do produto.
É possível perceber um tom rosado com um fundo violáceo. Nesse contexto, a beterraba, que tem uma tonalidade rosada, apresenta um fundo amarelo, e a betanina presente no vegetal tem uma característica particular de ser resistente ao tratamento térmico. Em outras aplicações isso poderia ser uma desvantagem, mas para a carne análoga isso é uma vantagem das boas. O rosado tem o aspecto de cru e o marrom, quando a carne vegetal é assada, tem justamente a tonalidade de cozida.
E é essa mudança de cor que o consumidor espera depois de uma carne cozida e, na maioria dos hambúrgueres que você encontra no supermercado, a beterraba é aplicada com sucesso como corante natural.
Vale ressaltar que a cor do pigmento muda completamente de acordo com a base do seu produto. Uma tonalidade que você alcança com um hambúrguer de soja não é a mesma de um hambúrguer de ervilha.
Então, é preciso que a sua empresa se atente e muito, de acordo com o Paulo, com a base que você vai escolher para o seu produto. A base é muito importante para a escolha dos corantes naturais ideais.
Para finalizarmos essa leitura, vale a pena ressaltar que a indústria de alimentos ainda está caminhando para produzir carnes análogas que proporcionam a mesma experiência daquelas de origem animal.
A escolha dos corantes naturais corretos é um passo importante para isso, uma vez que sabemos que a cor do alimento é sinônimo de qualidade no ponto de vista do consumidor.
Sai à frente aquelas empresas que investem em inovações nesse sentido e estar bem informado é uma escolha inteligente quando o assunto é nos aprofundar no universo plant based.
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